Globo e SBT faturam com música gospel


Apesar das declarações do líder da Igreja Universal do Reino de Deus, bispo Edir Macedo de que 99% dos cantores gospel são “endemoniados”, cada vez mais cresce este segmento. Prova disso é que tanto as Organizações Globo como o SBT tem investido cada vez mais neste estilo e obtido excelentes resultados financeiros.
Segundo o site O Diário, a Globo se beneficia pelo fato de que o gospel é um dos únicos estilos musicais que ainda tem boas vendas na indústria videofonográfica. Além disso há uma campanha maciça de artistas e empresas no sentido de “pecamizar” a compra de produtos piratas. Vídeos da grande editora e gravadora gospel BV Filmes, por exemplo, obrigam seus proprietários a ler mensagens como “Deus não gosta de pirataria” antes de qualquer filme ou show gravado.
Nas Organizações Globo, o resultado do selo Som Livre Gospel este ano será motivo de orgulho. CDs como os das séries religiosas “Promessas” e “Infinito Amor” estão no topo das paradas; o mesmo ocorre com DVDs como os do padre católico Fábio de Melo ou da evangélica Ludmila Ferber. Tudo que é gospel vende bem. E para o ano que vem a Globo poderá até ter um programa de música gospel. A resposta virá depois da apresentação do especial Promessas, no dia 18 de dezembro.
A banda Diante do Trono, por exemplo, cuja vocalista Ana Paula Valadão foi publicamente “endemonizada” pelo bispo Macedo, sempre está no ranking de CDs mais vendidos da Som Livre. O grupo tem grande destaque também no site da gravadora. Nas últimas semanas, a Globo também passou a exibir propaganda de seu selo gospel de maneira ostensiva nas madrugadas. “Música para louvar”, diz o locutor nas propagandas do elenco religioso da Som Livre.
SBT
Raul o principal responsável com Jamily
Também o SBT, que tem a direção de Silvio Santos, judeu, acabou se rendendo ao estilo evangélico. O responsável é Raul Gil(foto), que injeta gospel nas tardes de sábado, com seu show de calouros. Raul é um veterano na área, e já descobriu estrelas do canto gospel, como Robinson Monteiro e a cantora Jamily.
Curiosamente, o segmento gospel foi relevante nos primeiros anos da Igreja Universal. Por anos, seus cultos tinham cantores e até bandas formadas por fiéis. A ruptura de Macedo com o gospel ocorreu em algum ponto entre meados dos anos 90 e 2000. Uma das teorias diz que Macedo nunca foi fã, mas passou a desprezar o gospel depois da saída do bispo cantor Renato Suhett. Esse homem chegou a ser considerado o nº 2 de Macedo, nos anos 90.
Mais tarde, Renato Suhett sairia da igreja, descontente com os cargos que Macedo lhe oferecia em áreas administrativas, tirando-o, digamos, do púlpito. “Eu só queria cantar para Deus”, disse Suhett. E saiu. Anos depois, voltou, mas logo se irritou com uma “quarentena” de posições ou cargos imposta pela cúpula da igreja, e saiu novamente.
Gospel Line
O desgosto com o estilo, porém, não impediu a Igreja Universal de investir e lucrar milhões com sua gravadora. Mas sem propaganda. Notem que artistas da Line Records quase não têm chance na programação da Record.
FONTE: O Diário

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